quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

De todos os anos e momentos que passei, esse foi o que de sincera, desejei que acabasse por fim. Não foi dos piores anos, mais foi um ano de algumas perdas... Perdi entes queridos, perdi amigos, que foram mais que amigos, foram companheiros de uma vida, uma década inteira. Compartilhei sofrimento, revivi sentimentos, chorei diversas vezes quietinha, sozinha. Pensei que deveras, não suportaria... Mas suportei! Encontrei forças dentro de mim que não achava que tinha e descobrir que, por pior que seja a situação, de tudo nela se tira uma lição... E mesmo que seja doloroso aceitar, é no sofrimento que aprendemos e amadurecemos mais. Esquecemos que as alegrias nos levantam e nos ajudam a crescer também, mais é na dor que tiramos as maiores lições para toda a vida.

Foi nesse ano que percebi que não é necessário ter idade para se adquirir experiência. Descobrir, por mim mesma, que experiência vem do que vivemos e não da idade que carregamos... E, elas deixam algumas marcas, boas ou ruins, vale de você tirar proveito de cada uma dessas experiências.

Aprendi muito nesse ano, com meus erros e com os dos outros. De sincera, como no inicio, esse ano valeu a pena ter chegado ao fim. Sinto-me mais forte, mais viva, mais madura, mais experiente. E devo isso a mim, por não ter desistido de olhar pra frente, e ter enxergado o “final”, e ter visto que o final é apenas o começo, o inicio de um novo caminho que esteve sempre ali na minha frente, e que agora, enxergo com mais clareza.

Bem vindo 2011. Esse é meu ano, e o seu?

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Bom Natal

Ontem fiz aquela limpeza na alma... Pegue tudo que não me agradava e jogue fora. Jogue fora as magoas, os sentimentos antigos, as lembranças ruins, os maus momentos, o pessimismo, as tristezas, as desesperanças, as desilusões, as mensagens... Coloquei tudo em uma caixinha de madeira, sem nome e endereço, remetente ou destinatário... Para que não houvesse dúvidas de que pudesse voltar, joguei tudo no fundo do mar. Sinto-me mais leve, mais solta, mais limpa, livre. Até parece que as águas do mar, que levaram a minha caixinha, levaram também tudo que eu não queria mais, mas que eu (não sei por que) ainda continuava carregando comigo. Sinto-me livre para ser quem sempre fui, sinto-me livre para voltar a escrever novamente.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Lição

Se um cachorro fosse professor, você aprenderia coisas assim:


Quando alguém que você ama chega em casa, corra ao seu encontro.
Nunca perca uma oportunidade de ir passear.
Permita-se experimentar o ar fresco do vento no seu rosto.
Mostre aos outros que estão invadindo o seu território.
Tire uma sonequinha no meio do dia e espreguice antes de levantar.
Corra, pule e brinque todos os dias.
Tente se dar bem com o próximo e deixe as pessoas te tocarem.
Não morda quando um simples rosnado resolve a situação.
Em dias quentes, pare e role na grama, beba bastante líquidos e deite debaixo da sombra de uma árvore.
Quando você estiver feliz, dance e balance todo o seu corpo.
Não importa quantas vezes o outro te magoa, não se sinta culpado...volte e faça as pazes novamente.
Aproveite o prazer de uma longa caminhada.
Se alimente com gosto e entusiasmo.
Coma só o suficiente.
Seja leal.
Nunca pretenda ser o que você não é.
E o MAIS importante de tudo....
Quando alguém estiver nervoso ou triste, fique em silêncio, fique por perto e mostre que você está ali para confortar.
A amizade verdadeira não aceita imitações!!!

E NÓS, PRECISAMOS APRENDER ISTO COM UM ANIMAL QUE DIZEM SER IRRACIONAL!

terça-feira, 16 de novembro de 2010



Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E, então, pude relaxar. Hoje sei que isso tem nome... AUTO-ESTIMA.
Quando me amei de verdade, pude perceber que a minha angústia, meu sentimento, meu sofrimento emocional não passa de um sinal de que estou indo contra as minhas verdade. Hoje sei que isso é... AUTENTICIDADE.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que eu desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesma. Hoje sei que o nome disso é... RESPEITO.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo que aconteceu contribuiu para meu crescimento. Hoje chamo isso de... AMADURECIMENTO.
Quando me amei de verdade, comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável. Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início, minha razão chamou isso de egoísmo. Hoje sei que se chama... AMOR PRÓPRIO.
Quando me amei de verdade, deixei de temer meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos de futuro. Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu ritmo. Hoje sei que isso é... SIMPLICIDADE.
Quando me amei de verdade, desisti de querer ter sempre razão e, com isso, errei muito menos vezes. Descobri a... HUMILDADE.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... PLENITUDE.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mais quando eu a coloco a serviço da minha racionalidade, ela se torna uma grande e valiosa aliada. Isso se chama... SABER VIVER.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O Devaneio


Hoje passei por uma praça, aquela praça do primeiro beijo. Aquela do primeiro encontro. Engraçado como antes ela parecia tão encanta, tão mágica... E hoje, ao olhar por ela, vi apenas uma praça antiga, com seus bancos velhos, descascados pelo tempo. É engraçado como as coisas mudam com o tempo. Não vejo mais encanto, nem graça na praça do primeiro beijo.

Passei por ela e vi o tempo congelar, não vou mentir. Por um instante tive um pequeno devaneio. Minha mente pregou uma peça na minha imaginação e revi nós dois sentados ali, mais em frações de segundos, o devaneio se foi e a realidade do trânsito frenético apareceu na minha frente.

Sem magia, sem encanto. Só a pura realidade. E a praça ficou pra trás, sem a menor graça.

sábado, 6 de novembro de 2010

Dar não é fazer amor.

Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.
Mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...
Te chama de nomes que eu não escreveria...
Não te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais. Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar....
Sem querer apresentar pra mãe...
Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.
Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...
Te amolece o gingado...
Te molha o instinto.
Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem
esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para os mais desavisados, talvez anos.
Mas dar é dar demais e ficar vazio.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra dar
o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar:
"Que que cê acha amor?".
É não ter companhia garantida para viajar.
É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.
Dar é não querer dormir encaixadinho...
É não ter alguém para ouvir seus dengos...
Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.
Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.
Esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar
Experimente ser amado...
Luís Fernando Veríssimo

sexta-feira, 5 de novembro de 2010


Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das ideias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!
Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre.

Clarice Lispector

quarta-feira, 20 de outubro de 2010


Não precisa dizer que me ama para eu conseguir enxergar estrelas no céu
e desenhar corações no infinito.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Belissímo texto de Miguel Falabela, que um amigo esquecreu para a namorada! Lindo. Pra mim, é isso que saudade quer dizer.

Saudade


“Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é a saudade. Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade.


Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Doem essas saudades todas. Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida.


Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã. Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.


Saudade é basicamente não saber. Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio. Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia. Não saber se ela ainda usa aquela saia. Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada, se ele tem assistido as aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua preferindo Malzebier, se ela continua preferindo suco, se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados, se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor, se ele continua cantando tão bem, se ela continua detestando o McDonald's, se ele continua amando, se ela continua a chorar até nas comédias.


Saudade é não saber mesmo! Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer. É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso... É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer. Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...”

(Miguel Falabella)